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Curandeiros energéticos dizem que queimar alecrim ajuda a melhorar o ânimo e eliminar cargas emocionais.

Fumegador de ervas numa mesa de madeira ao lado de um copo de água e um caderno; ao fundo, pessoa desfocada.

Quando os dias pesam e a lista de tarefas ganha dentes, há quem não procure um ecrã ou um frasco de comprimidos — mas sim um raminho de alecrim e um fósforo. Terapeutas energéticos dizem que esse simples ato dissipa a névoa emocional e encaminha o humor em baixo na direção da luz. Curiosidade? Não está sozinho.

O aroma surge vivo e verde, como uma brisa fresca que entra por uma janela aberta. Todos já sentimos aquele momento em que o peito parece pequeno demais e a mente repete as notícias de ontem; ver aquela fita de fumo pálido subir até ao teto era como fazer uma pequena birra contra a gravidade, a lembrança de que nem tudo precisa de nos oprimir para sempre.

Depois, o ar mudou.

O que notam os terapeutas energéticos quando queimam alecrim

Pergunte a cinco praticantes de energias sobre o alecrim e ouvirá cinco versões da mesma história: o fumo parece “pentear” a sala, desembaraçando pensamentos estagnados e o resíduo emocional de dias longos, deixando quem lá está com mais espaço na própria cabeça. Nas tradições populares mediterrânicas, o alecrim há muito serve para abençoar portas e purificar o ambiente após doença ou luto, e curandeiros modernos continuam a recorrer a essa herança, chamando-o de planta de elevação, foco e retorno. Não se trata tanto de magia, mas sim de padrão — dizem que, repetidamente, o ânimo sobe um nível, e o corpo lembra-se que tem pulmões.

A Maya, uma designer que acordava com uma pedra no estômago, contou-me que começou a queimar um pequeno molho de alecrim enquanto limpava a secretária, deixando o fumo passar pelas margens dos ecrãs e blocos de notas, e notou que a sala parecia menos “pegajosa” — como se o ruído tivesse baixado um tom. Uma psicóloga da minha zona não dispensa os “reinícios de alecrim” entre consultas: dois minutos lentos junto a uma janela aberta, depois água sobre a brasa e regresso ao trabalho, e os seus clientes relatam respiração mais funda e um tom mais leve ao voltarem a entrar. Estudos laboratoriais sugerem que o aroma do alecrim pode aguçar a atenção e a memória, o que talvez explique porque é que a mente clareia e o coração desacelera.

Terapeutas falam na rosada e na resina na mesma frase, em como o 1,8-cineol e o cânforo dão ao alecrim essa nitidez que desperta o nervo vago, e como essa sensação física se alia ao ritual simples para criar uma mudança pequena mas fiável. O fumo convida-o a respirar mais devagar, a intenção incentiva a mente a relaxar o controlo, e juntos funcionam como um botão interno de reiniciar que não precisa de Wi‑Fi. O ritual dá à mente algo a que se agarrar, enquanto o corpo solta. A linguagem de “limpeza energética” pode soar mística, mas encaixa perfeitamente no conceito psicológico de externalização cognitiva: materializar uma mudança de estado num sinal sensorial visível que o sistema pode confiar.

Como experimentar o ritual de limpeza de alecrim em casa

Coloque uma taça junto de uma janela entreaberta e ponha no interior um pequeno ramo seco de alecrim, ou um molhinho atado do tamanho do dedo mindinho; acenda a ponta e deixe fumegar até o fumo passar de cinzento a branco pálido. Sussurre uma intenção clara — “Que o que não é meu se vá” ou “Dou as boas-vindas ao espaço e à leveza”—, e faça circular o fumo lentamente onde se senta, começando da porta até à zona de trabalho e à cadeira onde habitualmente desaba. Encoste a brasa à taça para arrefecer, beba água e respire fundo dez vezes para o corpo registar a mudança.

Não encha a sala de fumo como num churrasco; basta pouco, sobretudo se tiver animais ou crianças por perto, e se sofre de asma ou enxaquecas, não use fumo e ferva antes o alecrim em água, como um chá de cozinha. Vamos ser honestos: ninguém faz isto todos os dias. Terapeutas energéticos riem-se disso também, dizendo que o ritual resulta melhor como amigo prático, não como regra rígida, e avisam contra o “caçar o ambiente” repetindo o ritual vezes sem conta quando bastava um minuto — limpar é um reinício, não um espetáculo.

Se tem receio da chama, use um disco de carvão numa taça segura ou recorra a resina própria para incenso com óleo essencial de alecrim num difusor, para a mesma intenção e menos fumo, depois abra a janela e deixe o mundo lá fora encontrar-se consigo.

“Pense no alecrim como uma vassoura para a respiração”, diz Lila. “Não está a apagar sentimentos, está a dar-lhes um corredor por onde passar.”
  • Deixe sempre secar bem os raminhos antes de queimar; ervas húmidas ardem mal e cheiram a azedo.
  • Tenha um copo de água por perto, e uma base de apoio ou azulejo para pousar a taça quente.
  • Escolha uma frase âncora; repita-a suavemente enquanto se move.
  • Se se sentir nervoso, abrande a mão ou pare; deixe o fumo vir até si.
  • Termine lavando as mãos ou dando um salto lá fora para um minuto de luz natural.

Uma planta pequena, uma prática maior

O alecrim não resolve as reviravoltas da vida, embora muitas vezes torne o momento mais respirável, o que já conta muito em semanas em que o ciclo de notícias nunca acaba e a sua lista de tarefas cresce dentes de um dia para o outro, porque o humor reage frequentemente a sinais simples, sensuais e repetíveis. O que muitos de nós realmente desejamos é um momento em que possamos confiar, um pequeno capítulo com princípio, meio e fim. Isto não é uma solução milagrosa, apenas um empurrão suave. Os terapeutas energéticos garantem: o objetivo não é pureza, nem técnica perfeita; é um acordo entre a sua respiração e o corpo, uma breve trégua para largar um fardo e reparar no que é realmente seu — e talvez perguntar: Onde é que a leveza mora no meu dia, e como posso convidá-la a ficar mais cinco minutos?

Ponto-chaveDetalheInteresse para o leitor
O fumo do alecrim é usado por terapeutas para “pentear” energia estagnada e refrescar o ânimo.Apresenta um ritual acessível que muda a energia de um espaço — e da sua cabeça.
Método: pequeno ramo seco, taça refratária, janela aberta, intenção clara, passagem breve.Fornece uma rotina exata e repetível para experimentar em cinco minutos.
Alternativas: ferver alecrim, difusor, ritual ao ar livre ou apenas respiração e intenção.Opções para quem é sensível ao fumo ou vive em espaços reduzidos.

Perguntas Frequentes:

  • O alecrim resulta melhor do que a sálvia para esta limpeza?Diferentes plantas têm reputações diferentes — alecrim para foco e elevação, sálvia para limpeza mais profunda —, por isso muitos escolhem alecrim quando o humor está em baixo, não caótico. Siga o olfato; se o aroma o faz respirar melhor, encontrou a sua resposta.
  • Com que frequência devo queimar alecrim?Use consoante o momento: depois de uma chamada difícil, entre tarefas ou quando um espaço parece pesado. Um pequeno ritual a cada poucos dias pode bastar; se sentir que está a forçar, pare e volte a tentar quando o corpo pedir.
  • E se for sensível ao fumo?Não queime. Ferva água com alecrim no fogão, use um difusor com umas gotas de óleo essencial de alecrim ou saia para a rua com um ramo na mão e faça a mesma intenção e respiração.
  • Há alguma ciência por trás disto?A investigação sobre o aroma do alecrim aponta para maior alerta e melhor memória em certos contextos, e qualquer ritual consciente reduz a carga mental. A linguagem energética é cultural, mas a mudança no ânimo resulta, muitas vezes, da combinação de respiração, aroma e atenção focada.
  • Como sei se “está a funcionar”?Procure pequenos sinais: expiração mais longa, maxilar relaxado, sala que parece mais calma ou uma ideia fresca a surgir depois do ritual. Se o corpo disser “já chega”, isso também é sucesso.

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