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7 utensílios de cozinha ligados ao cancro que deve evitar já

Utensílios de cozinha diversos sobre bancada; frigideira, chaleira, forno de muffin, tachos e tábuas de corte.

Algumas ferramentas envelhecem com elegância. Outras desfazem-se silenciosamente nas suas refeições ao longo do tempo.

Novas descobertas laboratoriais e o aumento da pressão regulatória colocaram utensílios de cozinha do dia-a-dia debaixo de escrutínio. O calor, a abrasão e os ácidos podem extrair químicos de certos materiais para os alimentos. Trocar alguns desses itens pode reduzir a exposição a PFAS, microplásticos e metais, sem arruinar o seu orçamento ou as suas receitas.

Sobre o que alertam os investigadores

Os PFAS, muitas vezes chamados de “químicos eternos”, foram valorizados pela resistência à água e ao calor. Também resistem à degradação nos organismos e no ambiente. A exposição está associada a maior risco de vários cancros, desequilíbrios da tiroide e redução da resposta vacinal. Microplásticos e metais contam uma história semelhante: pequenas doses vão-se acumulando, especialmente com uso diário e altas temperaturas.

O calor, a fricção e a acidez funcionam como uma alavanca química. Se o utensílio for fraco, o seu jantar torna-se num local de extração.

Sete utensílios de cozinha a eliminar já

Utensílios de cozinha em plástico preto

Aquela concha ou espátula preta brilhante pode esconder plásticos reciclados de origem incerta. Testes em vários mercados encontraram utensílios pretos com aditivos indesejados e até metais pesados. O calor acelera a migração destes compostos para molhos e óleos. Se cozinha frequentemente, isto é um gotejar constante para o seu prato.

Melhores opções: aço inoxidável para selar, madeira dura bem acabada ou bambu para mexer suavemente, ou silicone de alta qualidade para superfícies antiaderentes.

Tábuas de cortar em plástico

A lâmina da faca raspa fibras de plástico invisíveis. Essas raspas aderem a alimentos húmidos e seguem para a frigideira. As tábuas também ganham cortes, retendo bactérias. A madeira comporta-se de forma diferente: regenera-se, absorve humidade e pode inibir microrganismos se bem cuidada.

Melhores opções: madeira de topo (end grain) para preparação diária; tábuas separadas para proteínas cruas e alimentos prontos a comer; substituir quando as marcas se tornam profundas.

Formas de silicone de baixa qualidade

Nem todo o silicone é igual. Peças com muitos enchimentos ou pouco curadas podem libertar siloxanos e, em alguns casos, aditivos PFAS. Sinais de alerta incluem cheiro químico forte, resíduos gordurosos após lavar ou paredes moles e flácidas que tostam de forma irregular.

Melhores opções: silicone 100% que mantém a forma, com indicação de “grau LFGB” ou “curado a platina”. Limite até 220°C (428°F), salvo indicação clara do fabricante para temperaturas superiores.

Frigideiras antiaderentes riscadas (Teflon/PTFE)

Revestimentos PTFE libertam mais vapores com altas temperaturas e soltam partículas ao serem riscados. O risco aumenta com utensílios de metal, esponjas abrasivas ou aquecimento excessivo da frigideira vazia. Se vir lascas ou sentir zonas ásperas, está na hora de trocar.

Melhores opções: aço inoxidável para saltear no dia-a-dia, ferro fundido ou aço carbono para bifes e ovos (depois de curado), ou frigideiras com bom revestimento cerâmico para tarefas delicadas. Use lume médio e um pouco de óleo para evitar que agarre.

Panelas e taças de cobre não revestidas

O cobre sem revestimento reage com alimentos ácidos como molho de tomate, reduções de vinho e coberturas cítricas. Essa reação pode transferir cobre para a comida. O cobre destaca-se pela condução térmica, mas precisa de estar revestido com estanho ou inox para cozinhar.

Melhores opções: cobre revestido para precisão na temperatura; reserve taças de cobre nuas apenas para bater claras de ovo, não para cozinhar ácidos.

Chaleiras elétricas de plástico

Ferver água degrada plásticos e vedantes, libertando microplásticos e, em alguns casos, compostos associados a PFAS. O calor também liberta voláteis no vapor. O hábito diário de chá e café transforma pequenas libertações em exposição regular.

Melhores opções: chaleiras de inox ou vidro borossilicato. Deite fora a primeira fervura da chaleira nova e descalcifique regularmente.

Utensílios de alumínio não anodizado

O alumínio simples pode migrar para pratos salgados ou ácidos, principalmente em cozeduras longas. Embora seja comum, a anodização dura transforma a superfície, tornando-a mais resistente e estável. Essa camada resiste a riscos e limita a migração.

Melhores opções: alumínio anodizado, ferro fundido esmaltado ou aço inox para molhos de tomate, estufados e conservas.

Antiaderentes riscados, plásticos de origem duvidosa e metais reativos sem revestimento são o caminho mais rápido do utensílio ao sangue.

Como analisar a sua cozinha em 10 minutos

  • Verifique as frigideiras antiaderentes: se houver lascas, bolhas ou zonas rugosas, substitua-as.
  • Aperte o silicone: deve parecer elástico, não calcário ou oleoso após lavar.
  • Cheire formas e utensílios: um odor químico persistente após 10 minutos a 175°C (350°F) no forno indica baixa qualidade.
  • Veja as tábuas de cortar: sulcos fundos ou rebordos de plástico desgastados são sinais para trocar.
  • Observe o interior das chaleiras: tampas, janelas ou bicos de plástico entram em contacto com vapor; prefira tudo em metal ou vidro.
  • Inspecione o cobre: use recipientes revestidos para cozinhar ácidos; reserve cobre puro só para bater claras.

Guia de materiais: resumo rápido

MaterialMelhor usoResistência ao calorDica de manutenção
Aço inox 304/316Selar, saltear, ferverSeguro a alta temperaturaPré-aqueça e só depois adicione o óleo
Ferro fundidoBifes, broa, assadosForno e fogãoTemperar com frequência, secar bem
Aço carbonoOvos, salteados, crepesTolerante a altas temperaturasCrie camada antiaderente, evite imersão
Alumínio anodizadoSaltear, molhos de calor uniformeMédio a altoUse utensílios macios, evite abrasivos
Vidro borossilicatoForno, armazenamento, chaleirasÓtimo para forno, evite choques térmicosDeixe arrefecer gradualmente, não use grelhador
Ferro fundido esmaltadoEstufados ácidos, sopasBaixa a média temperatura constanteSó use madeira ou silicone
Silicone grau LFGBMuffins, espátulas, basesAté ao limite do fabricanteDesengordure com água quente e sabão

Sinais de compra que realmente importam

  • “Sem PFAS” ou “sem PTFE” nos revestimentos, não só “antiaderente”.
  • Grau LFGB ou “curado a platina” no silicone; paredes grossas e firmes.
  • Indicação de 304 ou 316 para inox; rebites ou soldaduras sólidos.
  • Anodizado duro declarado claramente nas frigideiras de alumínio.
  • Ferro esmaltado com vidrado resistente a lascas; evite riscos no interior.
  • Chaleiras de vidro ou inox com mínimo de plástico em contacto com água ou vapor.

Pequenas mudanças de hábito que reduzem a exposição

Mantenha o calor moderado em superfícies antiaderentes e nunca aqueça uma frigideira vazia. Use utensílios de madeira ou silicone com panelas revestidas. Ventile ao selar alimentos. Não guarde molho de tomate ou salmouras salgadas em metais reativos. Substitua esmalte lascado e revestimentos a descascar. Forre formas duvidosas com papel vegetal até poder trocar.

O que fazer com os utensílios de risco

Não passe antiaderentes riscados nem plásticos de origem duvidosa a familiares ou lojas solidárias. Muitas autarquias aceitam panelas metálicas como sucata — pergunte sobre pequenos eletrodomésticos e materiais mistos. Para tábuas e utensílios de plástico, consulte as normas locais de reciclagem; alguns sistemas rejeitam plásticos que estiveram em contacto com alimentos. Se não for possível reciclar, reutilize para tarefas não alimentares (misturas de artesanato, etc.) e elimine depois.

Porque é importante para lá de uma refeição

O risco de cancro não depende de um pequeno-almoço isolado. Resulta da exposição repetida de múltiplas fontes: utensílios, embalagens, pó e água. Trocar sete utensílios corta o gotejar constante na origem. Com melhor ventilação, controlo de calor e armazenamento mais seguro, o benefício multiplica-se nas rotinas diárias.

Plano de substituição económico

Renove em fases. Comece com um tacho inox e uma tábua de madeira. No mês seguinte, adicione uma frigideira de ferro fundido. Troque a chaleira no terceiro trimestre. Ao final do ano, terá renovado o essencial sem agredir o orçamento — e a comida também vai saber melhor.

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